terça-feira, 26 de julho de 2011

VII Encontro Internacional da IF-EPFCL - Prelúdio e site

VII Encontro Internacional da IF-EPFCL:
O que responde o analista ? Ética e clínica.
Rio, julho de 2012
PRELÚDIO 1
Colette Soler
Falar de resposta é evocar indiretamente uma demanda ou uma questão prévia. Ambas estão presentes em cada psicanálise e o analista, uma vez aceita a demanda de análise, responde com a interpretação. No entanto, na estrutura do discurso, a oferta é anterior à demanda e a condiciona, antes que o analista possa responder pela interpretação. Em consequência, nosso título interroga tanto a especificidade da oferta analítica quanto as vias de sua operação, e introduz duas grandes questões: a do ato que o analista coloca em função de causa no tratamento e... na civilização, e a da interpretação.
A oferta analítica inaugurada por Freud já era, ela mesma, uma resposta ao que ele chamou de mal-estar. Era uma resposta que colocava em jogo um desejo do saber, do saber inconsciente, inédito. Mais de um século depois, as ofertas se multiplicaram pois muitos se propõem a responder ao grande clamor da humanidade que sofre, mas sem passar por um desejo do saber: os sacerdotes das diversas religiões, os gurus inspirados das seitas, os especialistas da religião da ciência, e também os diversos psicoterapeutas. Todos prometem outra coisa, e nesse concerto de vozes, de que forma a do psicanalista ainda pode prevalecer? Será pelo saber específico que dela se deposita, ou pelo desejo transformado que ela produz, ou através da solidariedade dos dois?
A primeira urgência então é, sem dúvida, a de colocar a questão do passe como o fez Lacan: o que leva alguém, se não é nem o dinheiro, nem a compaixão caritativa, a se posicionar na trilha de Freud e a relançar o ato analítico? Só que esse passe tem um alcance que não é somente individual, ele engaja a incidência política do ato na cultura da época, sempre reafirmada por Lacan, e é bem possível que a perenidade da psicanálise dele dependa.
Com efeito, se o discurso sobre o inconsciente é um discurso condenado de saída, nada se deve esperar de qualquer proselitismo analítico mesmo que mediatisado, mas sim, alguma coisa a aguardar dos efeitos do desejo de saber que faz o analista. Esse desejo descentrado das finalidades do capitalismo, separa do rebanho, permite assumir as consequências da solidão que o inconsciente programa para o falante exilado da relação sexual. Essas consequências têm dois nomes clássicos: castração e sintoma. Da primeira, ninguém escapa, a segunda inscreve a « diferença absoluta », real, de cada um. A oferta que a psicanálise endereça aos sujeitos desvairados pelo capitalismo pode então ser reformulada: você não quer saber nada sobre o que promovia seu sofrimento?, você nada quer saber sobre o que você compartilha com todos os falantes e que, ao mesmo tempo, produz a sua unicidade ímpar? Uma satisfação inédita poderia seguir.
No tratamento propriamente dito, a questão é outra. Qual deve ser a réplica da interpretação que responde à demanda analisante para que o analista seja esse « parceiro com alguma chance de responder »1, conforme a expressão de Lacan. Chance, boa sorte (bon heur)? Mas isso não está ganho de saída, e Lacan precisava: essa chance, desta vez devo fornecê-la. Será que isso quer dizer – e parece que sim – que Freud não forneceu esse parceiro que tem a chance de responder ao amor de transferência, esse amor que « se endereça ao saber »2 ?
Sobre esse último ponto é preciso repartir de um pouco mais acima e, também, do próprio Freud. Ele o merece por ter sido ele o inventor do dispositivo que constitui o analista. Como ele respondeu e como ele procedeu em relação ao sintoma que o inconsciente fomenta para dar sua resposta de interpretação? Ele inicia com o deciframento da série dos signos que fazem o sintoma, do qual o Homem dos ratos é um paradigma. Mas da série dos signos decifrados o sentido surge e é o que a interpretação freudiana visa: o sentido do desejo. Ela pára no sentido dito sexual que a fantasia sustenta. Lacan não se contrapõe, e o justifica ao dizer que esse sentido sexual é antes ab-sexo por ter por expressão a « realidade sexual »3 do inconsciente, a saber, da memória de Freud, as pulsões recalcadas e seus mais de gozar, essas « quatro substâncias episódicas »4 do objeto a. Com elas se verifica que o sentido sexual é somente « teste » da falta da relação sexual, fórmula imposta por todos os ditos de Freud.
No entanto, resta o que não é nem « realidade sexual » nem fantasia, mas sintoma. Sintoma como o que faz suplência à carência da relação mas não sem que seu núcleo real, sem sentido, « antinômico a toda verossimilhança »5 deixe de ter aí seu papel. Que interpretação específica solicita o sintoma, não dada por Freud, e que possa dar limite, como o diz Lacan6, ao « sem diálogo » que é a regra na troca de palavras? A chance de resposta se encontra do lado de Lacan: é preciso uma interpretação que não se contente com a verdade, mas que leve em conta o real fora de sentido. A cargo daqueles que aí se inspiram de fazerem sua clínica com isso.
Junho de 2011.
Tradução: Sonia Alberti e Elisabete Thamer

1 Introduction à l’édition allemande des Ecrits, Scilicet 5 p. 16
2 Ibid.
3 Les quatre concepts fondamentaux de la psychanalyse, Seuil, Paris 19 , p. 138.
4 Note italienne, Autres écrits, Seuil, Paris 2001, p. 309.
5 Préface à l’édition anglaise du Séminaire XI, Autres écrits, op. cité, p. 573
6 Ou pire, Autres écrits, p. 551

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