sábado, 25 de fevereiro de 2012

VII Encontro da IF-EPFCL - Prelúdio 4



O QUE RESPONDE O PSICANALISTA? ÉTICA E CLÍNICA
6 – 9 Julho de 2012
Prelúdio 4: 


O QUE É RESPONDER?

Gabriel LOMBARDI
Antes de fazer uma reflexão sobre o que responde o analista, sobre o objeto ou o enunciado de sua resposta, proponho considerar o que é responder. A palavra não poderia ter sido melhor escolhida. Desde tempos quase imemoriais das línguas indoeuropeias, nela fazem convergir o dizer como ato, a garantia que se oferece ao pronunciá-la, a liberdade de dar ou de aceitar essa garantia, em suma, a responsabilidade que cabe ao ser, pelo fato de dizer.
Assim na Odisséia, a viagem literária de Homero, no momento de começar uma empreitada perigosa para si próprio e para os seus, o herói realiza a oferenda líquida – spéndõ é a libação e a invocação aos desejos – destinada a Zeus ou a Posseidón, os deuses do poder e do mar. Assim em Aulo Gelio, quando o pai se comprometeu a dar sua filha em casamento, disse “spondeo” e o mesmo disse o pretendente. Do intercâmbio dessa garantia nasce o sentido de respondere, já bem estabelecido na língua latina.
Emile Benveniste, agudo inquisidor do vocabulário das instituições indoeuropeias, explica que and-swaru em germânico, swaran em gótico e answer em inglês equivalem a jurar, dizer fundante da responsabilidade, seja contratual ou absoluta, seja escrita ou meramente dita – feita de dizer.
Responsum é também o dizer dos intérpretes dos deuses, particularmente os arúspices (sacerdotes que na antiga Roma examinavam as entranhas das vítimas para fazer presságios), que antes do ato temerário se asseguravam no benefício da oferenda. O oráculo é a verdadeira resposta, porque nela os signos do acaso substituem o saber que não há no momento da escolha, quando o dizer sim ou não ao chamado do desejo tem que ajustar-se a um real sem regra.
O aspecto religioso que nos chega com o responso para os defuntos e a libação cristã, não nos impede de fazer como Joyce, usar as ressonâncias deste feixe multilíngüe para nosso desejo e para nossa viagem específica. O que é o responder do analista, nestes tempos em que os heróis, os fiéis e os escroques foram substituídos pelos psicóticos, neuróticos e perversos? O que é responder no oraculum aberto pelo método freudiano, esse lugar onde à urgência e à súplica já não responde nem Deus nem o profeta, mas sim o mero desejo de um arúspice que deposita sua interpretação nas vísceras significantes do ser, abertas pelo sintoma?
A regra fundamental permite ao analista encarnar a estrutura essencial de uma verdadeira resposta, dada agora ao sujeito do sintoma, essa forma dividida do ser, esse postergar a existência resistindo à decisão onde o real se encontra. Se, como assinalou recentemente Antonio Quinet, o analista se investe de máscara, de semblante, de dizer enigmático, e também de silêncio e de cortes inesperados, é porque a resposta analítica se faz no lugar onde só o desejo responde ao que urge de saber.
A resposta do analista ao que oprime, não fecha uma pergunta, mas garante que um processo de pesquisa pessoal, de pesca no rio do inconsciente, possa ser levado a cabo. Pagando com sua pessoa, o analista propicia que a palavra advenha em um sujeito amordaçado pela repressão, indeciso diante do umbral, inibido em sua ação. Por isso nossa concepção da psicanálise pode ser substituída na sequencia:
PERGUNTA DO ANALISANTE → RESPOSTA DO ANALISTA
Por essa outra:
RESPOSTA DO ANALISTA → CONSEQUENCIA
Essas consequências podem ser meramente associativas (interpretação de interpretação), transferenciais (o atuar paradoxal, dividido do analisant$) e também respostas do ser em análise, individuais, eventos que extraem o dizer do que foi esquecido, ao que o relega o saber. E entre essas consequencias pode se chegar à resposta última, a satisfação final do analisante ao que urge, ao que satis faz, ao dizer suficiente!, ao processo analítico. A análise transcorre então entre aquele spondeo inaugural do analista e este spondeo da destituição subjetiva do analisado.
Se o que urge já encontrou sua hora (l`heure, em francês) singular, se a análise e a sorte (l`heur) lhe concederam o destino do desejo, como reconhecê-lo? Os efeitos terapêuticos, didáticos e propriamente analíticos, liberadores, não podem medir-se pelo dispositivo freudiano, por estar o analista sentado na eficácia de sua posição oracular, desejante sem saber, adivinho que já produziu a sequela de decisão naquele que veio em busca de uma resposta. O analista foi osatisdator, o que caucionou, o que garantiu que essa satisfação tenha ocorrido em algum momento, pagando com seu juízo íntimo por não poder predizer o tempo, nem o modo, nem a finalidade. Daí sua incerteza, se é um AME, ao designar um passador.
Em nossa Escola respondemos à essa pregunta com o dispositivo do passe, deslocando o problema para a função do passador. Esperamos que em vez do reconhecimento, opere no passador sua sensibilidade ou sua reação inconsciente à decisão do passante, decisão que no passante só pode cercar-se de uma assinatura nova, metereologia pessoal, razões desclassificadas, afetos interpretantes – afetos enigmáticos, afetos de referência. Não esperamos saber, mas obter ecos de uma resposta eletiva que como tal é radicalmente alheia ao saber, quer dizer, uma resposta do ser ao ser no domínio estreito da didática da psicanálise cujo êxito não está garantido previamente, o satisdatoraqui falta.
Nós esperamos também que através dele, algumas razões nos sejam transmitidas, hystóricas dizia Lacan. Como se separaram os efeitos do significante ($ e a), aqueles que normalmente impedem a destituição subjetiva exigida no vestíbulo do ser?
Todos os esforços para advertir sobre o que está em jogo no passe – passe que geralmente sobrevem na fenda temporal do final de anáise –, poderiam levar a decepções se não se admite que, desta vez, essa resposta deve ser produzida pelo analisado sponte1na espontaneidade que está na base do real lacaniano, o real sem lei do falasser, na defazagem entre cairós e chronos que não depende sequer da auto-legislação de uma vontade consciente ou inconsciente.
Por isso, em nosso horizonte ético podemos situar, junto aos reultados didáticos e terapêutios, também outros meramente analíticos, que abrem destinos sublimatórios por exemplo, que orientam o que urge de um inconsciente menos autista, menos extraviado quanto ao desejo do Outro – desejo no qual se funda o interessante, o inter-esse lacaniano.
No horizonte ético de nossa prática está a parousía [presença, advir do ser, daousia] de um ser que se satisfaz de outra maneira que no sintoma – no que a pulsão e desejo se contradizem, deixando a coisa irresoluta. O inconsciente pré-ontológico, interdição imposta a um ser condenado à indeterminação e à repetição inoportuna, passa na análise a um estatuto ético, um dever ser, um imperativo que poderia se resolver e encontrar sua determinação em ato no final da análise. A própria noção de resposta implica a causalidade por liberdade.
Graças a que, o inconsciente real, o inconsciente analisado, não nos reduz ao gozo idiota de lalangue, mas destina o gozo ao desejo, realiza umTriebschicksal2 largamente adiado. O inconsciente real é inconsciente oracular, leitor do desejo, que responde com uma espontaneidade que não é meramenteliberdade de, liberdade negativa, mas liberdade para, estar aberto a…
O desejo que fizemos nosso, de iluminar essa obscura decisão do ser que consiste em assumir a posição de analista, não deveria levar-nos a pisotear com dispositivos, métodos e razões o que essa assunção tem de resposta satisfatória, que não verifica a garantia psicanalítica com mentiras, frases feitas, nem matemas vencidos, mas com a assunção, ao modo freudiano, desse voto que desde sempre intervém no exercicio da liberdade de participar da cidade ou da batalha.
Buenos Aires, janeiro de 2012.
Tradução: Elisabeth da Rocha Miranda, revista por Sonia Alberti.


1Sponte, ablativo absoluto do substantivo spons spontis “espontaneamente”. Segundo Varrón, procede da mesma raiz etimológica que spondeo. Heidegger concorda, Ernout e Meillet não negam, mas também não o afirmam com segurança. Em minha argumentação essa coincidência é oportuna.
2Lacan dá uma interessante versão do Triebschicksal freudiano em sua aula de 18 de março de 1980.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Cordel 2012.1






APRESENTAÇÃO
Os Fóruns do Campo Lacaniano não são escola, mas campo. Não outorgam nenhuma garantia analítica. Acolhem todos aqueles que de um modo ou de outro se sentem concernidos pela psicanálise orientada pelo ensino de Jacques Lacan e estão interessados no estudo da psicanálise, suas conexões ou sua aplicação fora do dispositivo analítico. Em particular, as conexões com as práticas sociais e políticas confrontadas aos sintomas da época e os laços com outras práticas teóricas (ciências, filosofia, arte, religião, etc.).                                                             
(Catálogo IF-EPFCL 2008-2010, Apresentação)

     O Fórum do Campo Lacaniano – Fortaleza prossegue em 2012 na sua tarefa de presentificar a psicanálise na cena cearense, a partir da leitura de Lacan da via aberta por Freud. As atividades permanecem basicamente as mesmas: Espaço Escola, Cinema e Psicanálise: Ressonâncias, Sessão Clínica – esta, restrita aos membros – e a possibilidade de cada um fazer seu percurso a partir do seu próprio desejo, através da participação em um cartel.
     Prosseguiremos ainda com o Seminário do Campo Lacaniano em Fortaleza, este ano com o tema “O que é a clínica psicanalítica?”, ministrado, como de outras vezes, por colegas de vários fóruns do país e sob a coordenação local de Elynes Barros Lima. Essa atividade, embora já faça parte do nosso calendário – está em sua quinta edição – servirá ao mesmo tempo, este ano, de evento preparatório para o VII Encontro Internacional da EPFCL, que ocorrerá no Rio de Janeiro no período de 6 a 9 de julho e para o qual todos estão, desde já, convidados. O tema será O que responde o psicanalista? Ética e Clínica  

     Já Formações Clínicas do Campo Lacaniano (FCCL) entra no seu segundo semestre de funcionamento, constituindo-se num lugar de transmissão da psicanálise, entendendo-se esta transmissão, como diz Antonio Quinet, como o que dela passa de um sujeito a outro sujeito e que se encontra no entrecruzamento da psicanálise em intensão com a psicanálise em extensão. FCCL, assim, proporciona um espaço onde cada ensinante pode interrogar e constituir um saber, dando mostras do ponto em que está em seu estudo ou sem suas pesquisas do texto de Freud e de Lacan.

A Coordenação





Atividades do Fórum - Fortaleza
ESPAÇO ESCOLA
Esta atividade se constitui como um Espaço para discussões pertinentes à Escola de Psicanálise do Campo Lacaniano (EPFCL), que este ano priorizará o tema do VII Encontro Internacional," O que responde o psicanalista? Ética e clínica" com a leitura  e discussão dos  prelúdios disponíveis na nossa Rede, a fim de fomentar o debate, o estudo e o aprofundamento dos temas propostos. 
Esta atividade ocorre sempre na última Quinta - feira do mês, às 20:30h,  com entrada livre a todos àqueles que se interessam em conhecer nossa Escola, seus princípios e seus funcionamento.

Coordenação: Sandra Mara Nunes
Horário: últimas quintas-feiras do mês, às 20h30
Atividade gratuita aberta ao público

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CARTEL
 O cartel é um grupo constituído de três a cinco pessoas, mais uma encarregada da seleção, da discussão e do destino a ser reservado ao trabalho de cada um.
A existência da Escola depende da existência dos cartéis. Eles são o dispositivo de base da escola.
Assim, tendo em vista sua importância, tornamos público as informações sobre o cartel no FCL-Fortaleza.
Cartéis em funcionamento:
As Psicoses
Participantes:
     - Adriana Osterno
     - Eriton Araújo
     - Célia Bezerra
     - Eveline Mourão
     - Fabiano Rabêlo: Mais-Um
Escrita e Psicanálise
Participantes:
-       Sandra Mara
-       Francisco Paiva
-       Fabiano Rabelo
-       Rafael Pinheiro
-       Osvaldo Martins: Mais-Um
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Proposta de novos cartéis:
Tema: O Aturdito
-       Andrea Rodrigues
-       Lia Silveira
obs.: os interessados devem enviar um email para o FCL-Fortaleza (fcl.fortaleza@gmail.com) ou para Andrea Rodrigues (andreahr@secrel.com.br).

Novas propostas de cartel podem ser feitas a qualquer momento. Para isso, contatar o coordenador de cartéis da EPFCL em Fortaleza (2011-2012) Fabiano Rabêlo – 87187005 – fabrabelo@hotmail.com
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CINEMA E PSICANÁLISE: RESSONÂNCIAS
Psicanálise e Cinema são invenções cujos alicerces partilham do trabalho sobre cenas e textos.  Contemporâneas em seus surgimento e disseminação pelo mundo, ambos sempre despertaram interesses mútuos, às vezes com resultados superficiais e grotescos, outras, com interlocuções bastante profícuas. O cineclube do Fórum do Campo Lacaniano é proposto como um espaço de acolhimento dessas interlocuções e põe em debate fruições, cortes, e saberes sobre o humano. A cada edição, um convidado apresenta seu olhar sobre um filme indicado ou de sua livre escolha. A atividade, aberta ao público, inicia seu quinto ano de funcionamento em 2012.


31/03/2012 – O Quarto do Filho: Giovanni (Nanni Moretti) é um psicanalista que reside e trabalha na cidade de Ancona, na Itália. Ele é casado com Paola (Laura Morante) e tem dois filhos: a menina Irene (Jasmine Trinca) e o jovem Andrea (Giuseppe Sanfelice). Sua vida transcorre tranquila, dividida entre a família e o consultório, até que uma tragédia a transtorna completamente. Para atender ao chamado urgente de um paciente, Giovanni deixa de acompanhar o filho à praia e nesse passeio o rapaz morre afogado. A família, é claro, ressente-se profundamente com a morte e Giovanni sofre uma forte sensação de remorso, apesar do apoio da esposa. Debatedor: Rafael Pinheiro, psicólogo clínico.


26/05/2012 - Pantaleão e as visitadoras: Pantaleão Pantoja (Salvador del Solar) é um capitão do exército peruano encarregado de uma missão especial: levar um grupo de prostitutas através do rio Amazonas, de um campo militar para outro, a fim de aliviar o sofrimento dos soldados, há um longo tempo separados de suas esposas e namoradas. Mas quando Pantaleão se apaixona por Colombiana (Angie Cepeda), uma das prostitutas, ele se vê entre seus desejos individuais e a necessidade do cumprimento do dever.
Debatedora: Magaly Ferreira Mendes, psiquiatra, psicanalista, diretora técnica do Hospital de Saúde Mental de Messejana.

Horário: 09:00
Local: Sede do Fórum
Atividade gratuita aberta ao público
Coordenação: Osvaldo Costa Martins

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SEMINÁRIO
O Gozo em suas diferentes modalidades na neurose e na psicose


 Abordar a temática do Gozo na perspectiva da psicanálise não  é  tão fácil. De difícil compreensão, esse conceito lacaniano tem lugar privilegiado na clinica da psicanálise. Apreendê-lo  é trilhar o caminho que nos levará ao estatuto do sexual no desejo humano, desejo constituído essencialmente pela linguagem. Portanto, nossa proposta aqui é trabalhar no sentido da apreensão dos conceitos de gozo sexual, gozo fálico, gozo do Outro, gozo feminino, em sua articulação com o modelo pulsional concebido por Freud.


Inicio: 07.03.2012
Frequencia semanal - às quartas-feiras, de 19:30 às 21:00hs
Coordenação: Graça Soares - cel.9983-7373  e 85373773
Local: Rua Antonio Augusto, 1271 sala 405 - Aldeota - Fortaleza - CE
Atividade gratuita aberta ao público

SEMINÁRIO DO CAMPO LACANIANO EM FORTALEZA

O Seminário do Campo Lacaniano traz esse ano como tema: O que é a clínica psicanalítica?
O tema escolhido vem em consonância com o tema do Encontro Internacional da EPFCL que acontecerá em julho, no Rio de Janeiro – O que responde o psicanalista? Ética e clínica. Pretendemos com o seminário desse ano, abordar a clínica psicanalítica a partir de sua especificidade: resgatando seus fundamentos, como o conceito de Inconsciente, e as suas implicações para direção do tratamento, passando pela formação do analista e as questões éticas que a permeiam.
O Seminário do Campo Lacaniano, como nos anos anteriores, é uma atividade coordenada pelo Fórum local em parceria com a gestão da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano- EPFCL-Brasil, que em compromisso com a formação teórica de seus membros locais e com a comunidade psicanalítica da nossa cidade, promove uma parceria junto a seus analistas membros da Escola a fim de trabalhar conosco, ao longo do ano, os temas propostos, tendo por base o ensino de Freud e Lacan.
Os seminários ocorrerão uma vez por mês, conforme cronograma abaixo – sempre aos sábados – com a presença de analistas convidados onde será discutido o tema proposto.  O analista convidado para cada encontro disponibilizará a bibliografia referente ao seu tema, com antecedência; essa bibliografia nos servirá de base para nossas discussões que antecedem cada seminário, através de um grupo de estudos semanal coordenado pelo Fórum local. Esse grupo acontecerá às quartas-feiras, 20h, na sede do Fórum Fortaleza.
Os Encontros aos sábados, por ocasião da vinda do convidado, acontecerão no auditório Viscaya do Shopping Del Paseo – Av. Santos Dumont, 3131 – Aldeota. 
A seguir informamos as datas programadas para 2012 com os respectivos convidados:
14/04 – O que responde o psicanalista? Ética e clínica – Rosane Melo, psicanalista, RJ
19/05 – Os fundamentos da clínica psicanalítica – Alba Abreu, psicanalista, AME, SE.
16/06 – A direção do tratamento – Maria Anita Carneiro Ribeiro, psicanalista, AME, RJ.
25/08 – A clínica psicanalítica com crianças - Zilda Machado, psicanalista, AME, MG.
22/09 – Ética e clínica – Andréa Brunetto, psicanalista, AME, MS.
20/10 – A formação do analista – Sílvia Franco, psicanalista, SP.

Coordenação nacional: Ana Laura Prates Pacheco
Coordenação local: Elynes Barros Lima (
elynesbl@gmail.com)
Informações e inscrições:
Elynes Barros Lima (85) 8898-7288 e (85) 9603-7294
Lia Silveira (85) 8787-1973
Sandra Mara N. Dourado (85) 8889-8779 e (85) 9998-3393
Investimento antecipado (até 05/04): R$ 120,00 (profissional) e R$ 60,00 (estudante de graduação) **
Investimento (após 05/04): R$ 140,00 (profissional) e R$ 70,00 (estudante de graduação)
Inscrições avulsas: 160,00 ( profissional) e 100,00 (estudante)



* Grupo de estudo semanal – Aos inscritos nesse Seminário, e àqueles que desejem se inscrever, o Fórum oferece uma atividade preparatória, semanal (quartas-feiras às 20:00) para trabalhar a bibliografia indicada pelo analista convidado, sem ônus adicional.
** O valor informado se aplica àqueles que pretendem comparecer a todos os módulos do seminário, sendo o pagamento realizado através de seis cheques pré-datados. As inscrições avulsas terão valor diferenciado.





Atividades de
Formações Clínicas






APRESENTAÇÃO DE FORMAÇÕES CLÍNICAS


Formações Clínicas do Campo Lacaniano em Fortaleza (FCCL-Fortaleza) entra no seu segundo semestre de funcionamento. É um instituto que foi criado para dar suporte às atividades de ensino e pesquisa do Campo Lacaniano em Fortaleza sem, no entanto, confundir-se com o Fórum e a Escola. Nesses moldes, existem outros em funcionamento nas cidades que têm Fóruns constituídos, como o Projeto Freudiano, em Aracaju, o Instituto Ágora, em Campo Grande e o Campo Psicanalítico, em Salvador. Todas buscam oferecer um espaço de trabalho e transmissão da psicanálise através de atividades de ensino e pesquisa, onde aqueles que se interessam pela psicanálise possam ter, nesse espaço, a vertente teórico-clínica de sua formação em seminários, grupos de estudo, etc.

Sendo uma instituição que está em estreita relação com o FCL-Fortaleza e a EPFCL, e apostando na transmissibilidade do saber descoberto por Freud, FCCL-Fortaleza não alinha a formação analítica a uma formação de modelo acadêmico, cada um podendo se inscrever nas suas atividades segundo seu desejo. As atividades são de responsabilidade de seus membros e coordenadas por eles.

Nesse semestre o FCCL- Fortaleza  terá uma taxa de investimento única de  R$100,00 (profissional) e R$50,00 (estudante). Com esse valor o inscrito poderá participar de todas os seminários e grupos de estudo de FCCL-Fortaleza apresentados a seguir.
Para mais informações, tratar com o coordenador da atividade.


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SEMINÁRIO 
O que fazemos quando fazemos análise? A clínica psicanalítica

     Essa pergunta foi feita por Lacan na abertura do seu seminário sobre Os Escritos Técnicos de Freud, e norteará nosso estudo ao longo desse próximo semestre. Os encontros serão quinzenais.

Início: 12 de março
  
Horário: Quinzenalmente, às segundas-feiras, de 20 às 21h30
Coordenação: Andrea Rodrigues
Contato: 9994-0161




SEMINÁRIO 
A ÉTICA DA PSICANÁLISE
Se sempre voltamos a Freud é porque ele partiu de uma intuição inicial, central, que é de ordem ética. Acredito ser essencial valorizá-la para compreender nossa experiência, para animá-la, para não nos extraviarmos, para não a deixarmos se degradar. (Lacan, Seminário VII, A Ética da Psicanálise, p. 51-52)

A psicanálise é eminentemente uma prática clínica. Essa afirmação pode colocá-la em meio ao campo confuso daquilo que costuma-se chamar de clínica na atualidade. Em primeiro lugar, podemos identificar uma certa tendência de clínica que marca a medicina moderna, tão bem contextualizada por Michel Foucault no seu “Nascimento da Clínica” como uma prática do olhar. Podemos ainda identificar a clínica como aquela que se situa no campo das psicoterapias que, embora se proponha a ouvir, não se distancia completamente do paradigma saúde x doença que norteia a prática médica, estando também à serviço de uma certa normalização.

Apesar de ter as condições de sua invenção no mesmo terreno que vai permitir o surgimento das bases científicas da medicina e da psicologia, a psicanálise vai se distinguir dessas duas exatamente por certo posicionamento diante daquilo que aflige o homem. Como afirma Lacan no texto acima, esse posicionamento não é uma mera diferenciação teórica ou mesmo técnica. Ele é, acima de tudo, de ordem ética. Abordar as bases dessa ética portanto, é o que nos permite não nos extraviarmos na direção daquilo que que podemos responder na clínica.
Sendo assim, nos propomos nesse semestre à investigar os pressupostos dessa ética da psicanálise tomando como ponto de partida as contribuições de Freud e a retomada Lacaniana, principalmente no Seminário VII.

Início: 05 de março de 2012
Horário: 18:30h – 20:o0h
Coordenação: Lia Silveira
Contato: 8787-1973





SEMINÁRIO
Introdução aos Estudos de Freud com Lacan: o lugar da  transferência na direção do tratamento 

 "mas é  preciso dizer que para se constituir como analista, é necessário ser muito fissurado; fissurado por Freud principalmente, isto 'é, acreditar nessa coisa absolutamente louca que se chama inconsciente e que tentei traduzir pelo "sujeito suposto saber". J. Lacan (jornada sobre a experiência do Passe - 7/1/78) "
 Como um dos fundamentos da Psicanálise, a transferência está desde o princípio na obra de Freud. Trata-se de um dispositivo a ser produzido pelo analisando, mas causado e sustentado pelo desejo do analista. Lacan nos alerta, no entanto que, e é em torno do desejo do analista que se dá o percurso de uma análise, este desejo como operador implica saber operar na transferência. E o analista, suporte do discurso analítico, é suposto saber operar convenientemente, para que a análise chegue ao seu fim. 
 A proposta deste seminário consiste em vasculhar os elementos que dirigem o trabalho analítico pelo viés da transferência. Sabemos que este vértice é apontado por Lacan como um dos conceitos fundamentais da psicanálise e que a partir disto é possível pensar o lugar e a função deste conceito na direção do tratamento.

Coordenação: Sandra Mara Nunes Dourado
Início: 06 de março
Frequência – semanalmente às terças, de 19:30h às 21:00 h
Contato: 8889 8779 / 9998 3393



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Seminário de Campo Lacaniano em Sobral
"Os Fundamentos da Clínica Psicanalítica"


Esta atividade do Campo Lacaniano de Fortaleza, a ser realizada na cidade de Sobral, visa apresentar aos interessados na teoria e na clínica psicanalíticas os conceitos que sustentam a teoria de Sigmund Freud, considerando o ensino de Jacques Lacan. Revisitar os conceitos fundamentais da psicanálise é um movimento que deve ser realizado por cada psicanalista, não só na sua formação, mas na sua prática cotidiana. Foi colocando em questão cada um de seus conceitos que a psicanalise, desde Freud, se constitiuiu e se renova como um dos discursos que restitui ao homem a responsabilidade frente ao "humus' que lhe "humaniza": o desejo.
O curso ocorrerá mensalmente durante um sábado de cada mês no ano de 2012.
24/03 -  O Recalque e os primórdios da técnica analítica -  Fabiano Rabêlo
05/05 - A Descoberta do Inconsciente -  Sandra Mara N. Dourado
02/06  - A Interpretação - Andrea Rodrigues  
11/08  - Psicopatologia e Psicanálise - Luis Achilles Furtado 
01/09 - A pulsão e suas vicissitudes  - Lia Silveira
06/10 - A Clínica com Crianças -  Elynes B. Lima
10/11 - A transferência   - Osvaldo Costa
Local: Faculdade Luciano Feijão – Sobral - CE
Valores por encontro:
R$: 100,00 (profissional)
R$ 50,00 (estudante)

Coordenação local: Luis Achilles Furtado
Telefone: (88) 88530905






O Fórum do Campo Lacaniano – Fortaleza
O Fórum do Campo Lacaniano - Fortaleza é uma associação de pessoas movidas pela causa analítica que, orientadas pelos ensinamentos de Sigmund Freud e Jacques Lacan, reúnem-se para discutir as incidências do discurso analítico na cultura a partir do contexto de sua cidade.
Pertencendo ao Campo Lacaniano, sua função é assegurar a incidência do discurso analítico em meio aos outros discursos, promovendo conexões com práticas sociais e políticas que dizem respeito aos sintomas de nossa época, além de estabelecer laços com outras práxis teóricas (ciências, filosofia, arte, religião, etc.).
O Fórum Fortaleza faz parte de uma rede na qual fóruns de outras cidades do mundo estão inseridos. Os diversos fóruns que compõem essa rede são autônomos e mantém entre si laços de cooperação e trabalho, organizando-se internacionalmente ao conjunto denominado Internacional dos Fóruns (IF). O membro do Fórum Fortaleza é, automaticamente, também membro da IF, se responsabilizando, portanto, pelo pagamento das cotizações da mesma. A IF possui sua própria carta de princípios onde estão expressas as obrigações e prerrogativas de cada membro
É compromisso primeiro de cada fórum apoiar e sustentar os dispositivos da escola em sua cidade (os cartéis e o passe). Também cabe aos fóruns a tarefa de oferecer atividades de transmissão da psicanálise. Assim, os fóruns não são a escola, mas constituem o alicerce dela.
No território brasileiro os Fóruns do Campo Lacaniano reúnem-se pela Associação Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano - Brasil (AFCL – Brasil) que tem por responsabilidade acolher os Dispositivos de Escola no Brasil: Comissão de Garantia, Comissão Epistêmica e Secretariado do Passe. Desde 2009, após decisão da assembléia geral da Associação AFCL-Brasil, ficou decidido que todo membro do fórum deve também solicitar sua entrada nesta associação que organiza os fóruns no território brasileiro.
Os Membros da AFCL-Brasil pagam uma cotização anual, cujo valor é estabelecido na Assembléia Geral Ordinária e tem o direito de receber dois números de Stylus – a revista da AFCL-Brasil.
Para frequentar as atividades do Fórum Fortaleza não é necessário ser membro. As atividades são abertas e gratuitas.



A Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano
A Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano é um dispositivo criado a partir dos textos fundadores que Jacques Lacan consagrou à sua Escola. Segundo ele, a Escola representa o organismo em que deve-se realizar um trabalho – que no campo aberto por Freud, restaure a sega cortante de sua verdade; que reconduza a práxis original que ele instituiu sob o nome de psicanálise ao dever que lhe compete em nosso mundo; que, por uma crítica assídua, denuncie os desvios e concessões que amortecem seu progresso, degradando seu emprego.  (LACAN, [1971] (1998, p.235), p.235.)
A Escola não é uma associação jurídica, seu status legal depende das associações dos Fóruns nas quais está implantada. Ela não tem, portanto, uma direção associativa, mas instâncias de funcionamento internacionais e locais, ajustadas às suas finalidades.
A Escola tem como funções:
1) sustentar "a experiência original" em que consiste uma psicanálise e permitir a formação dos analistas;
2) outorgar a garantia dessa formação pelo dispositivo do passe e pela habilitação dos analistas "que deram suas provas";
3) sustentar "a ética da psicanálise que é a práxis de sua teoria". (Jacques Lacan)
Os membros da EPFCL são ipso facto membros da AFCL – Brasil e não há cotização especial para os membros da Escola.
Como ser membro do Fórum Fortaleza?
O pedido de entrada deve ser feito mediante apresentação de uma carta à Coordenadora do Fórum Lia Silveira e pela realização de uma entrevista. A solicitação será submetida também à comissão de acolhimento da AFCL-Brasil, tendo em vista que a entrada para o Fórum local implica também na entrada para a associação nacional. Caso a solicitação seja aprovada a entrada se dará pelo início da participação do candidato nas atividades e pelo pagamento de uma taxa do fórum local no valor mensal de R$ 40,00 (quarenta reais) e uma taxa da AFCL-Brasil.  

Como ser membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano (EPFCL)?
Os interessados devem contatar para uma entrevista um dos membros da Comissão Epistêmica Local, através da Coordenação do Fórum.







Membros
Nome
Telefones
Andréa Helena P. Rodrigues
(85)     9994-0161

Elynes Barros Lima
(85)     8898-7288
(85)      9603-7294

Fabiano Rabêlo
(85)      8718-7005

Lia Carneiro Silveira
(85)    3023-1973
(85)      8787-1973

Luís Achilles R. Furtado
(88)     88530905

Maria das Graças Soares

(85)    3261-8998
(85)    99837373
(85)      3226-5233

Nálplia Xavier
(85)       3491-2915
(85)      8705-2062

Osvaldo Costa Martins
(85)      8896-9907

Sandra Mara Nunes Dourado
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Fórum do Campo Lacaniano de Fortaleza

Coordenação: Andrea Rodrigues
Tesouraria: Sandra Mara
Secretaria: Osvaldo Martins
Delegada da IF: Sandra Mara
Coordenação de cartéis: Fabiano Rabelo



Endereço:
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