Seminário
Do desejo ao desejo do psicanalista
O desejo enlaça um objeto a partir da interpretação fantasmática. Porém, isso implica em repetição. O que pode promover a cura está na demonstração dos impasses que produzem um limite para a série infinita, único caminho para, do impossível, deduzir a ex-sistência do real (Fingermann, 2014). E é desse real que advém o desejo do analista. Importante a distinção do desejo de ser analista, que se trata da demanda neurótica de reconhecimento, de amor. O desejo do analista tem a ver com algo que pode surgir em uma análise. Não é algo natural. “O desejo do psicanalista é o que não estava no programa. Essa travessia implica um salto e sobrevém de a-salto, colhe o psicanalisante” (Milagres, 2019).
O desejo no final da análise não é passível de interpretação, é um ato de decisão. É onde o analisante vê soçobrar a segurança que extraia de sua fantasia, que era sua janela para o real. Onde, tendo sido desferido um golpe em seu ser, resta- lhe apenas operar no lugar da causa de sua própria divisão. É por ter tangenciado o indizível da verdade da castração, que o analisante que passou a analista, terá daí um combustível para a construção do saber. Poderá contribuir com o saber, sem o qual a psicanálise não pode viver (Machado, 2008).
Assim, a partir dos textos de Freud e Lacan, e de alguns comentadores, propomos a travessia por esse tema, fundamental para tantos conceitos psicanalíticos e importante para localizar a função do psicanalista no mundo.
Coordenação: Francisco Paiva
Início: 16 de março (1º semestre) / 17 de agosto (2º semestre)
Horário: às terças-feiras, 19:30h
Periodicidade: Quinzenal
Local: Plataforma Zoom
Contato: (85) 99624-1883
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