Seminário:
A transferência
Fotografia: @thieres_pinto
Seminário:
A transferência
Neste seminário Jacques Lacan retorna aos textos freudianos, considerados como fundamentais para a elucidação da construção do “eu” na teoria de Freud e na técnica psicanalítica. Nossa proposta inicial para este seminário, foi sua leitura “linha a linha”, em uma investigação minuciosa das indicações referenciadas nos textos.
Seguimos com nosso objetivo, iniciando o semestre a partir do capítulo XII: Os embaraços da regressão. Contamos com todos que já acompanham este seminário e convidamos os demais interessados a tomar o “trem” dessa leitura, em sua forma e estilo.
Ano passado estudamos as condições de possibilidade do ato analítico a partir do grafo desenvolvido por Lacan em seu seminário dedicado ao tema. Este caminho nos levou até o ponto onde se pode vislumbrar o término de uma análise, ou seja, aquele onde se opera a disjunção entre o objeto a e o - ɸ, essa solução “mais elegante” que se chama castração. Mas chegar a esse ponto não se constitui num desfecho pacífico, pois é justamente nessas margens que a problemática do gozo vem a se esboçar. “Como um sujeito que atravessou a fantasia radical pode viver a pulsão?”, perguntou-se Lacan em 1964. Podemos considerar seu ensino como uma tentativa de responder a essa questão. Ela aparece, por exemplo, desde a proposição de 1967, quando ele formula uma resposta em termos de luto; no próprio Seminário 15 (1967-1968) em que ele responde dizendo que essa elaboração é da ordem de um “salto”; mas também em textos posteriores como O Aturdito de 1973, em que ele articula essa experiência ao “saber criar para si uma conduta”, ou ainda na Nota Italiana, também de 73, em que ele circunscreve o final em termos de satisfação, apontando para a emergência do entusiasmo.
É retomando essas elaborações de Lacan e seguindo na trilha desse percurso que é o nosso, que nos propomos esse ano a trabalhar a seguinte questão: uma vez experimentada a verdade-mentirosa das “fixões” que um sujeito inventou para lidar com inconsistência do Outro, que fazer diante do resto de gozo inassimilável pela via do saber e que permanece na marca da experiência pulsional? Para isso, tomaremos os textos freudianos e lacanianos acerca do tema da pulsão e do final de análise, além dos textos dos AE’s acerca de suas experiências de passe.
“As marcas de uma psicanálise: eis aqui um livro que marca, um livro que certamente vai marcar, com uma pedra branca, aqueles que inscrevem seu caminho de pensar a psicanálise no campo lacaniano.” Assim Bousseyroux inicia seu prefácio à edição francesa desse livro de Izcovich, leitura imprescindível àqueles que se perguntam a que leva uma psicanálise; quais as marcas deixadas naquele que se presta a essa aventura; e se o sujeito, ao final, se encontra modificado.
São cinco marcas abordadas pelo autor: a do tempo, a do sintoma, a da separação, a marca eficaz e, por fim, a marca do desejo do analista. Seu objetivo consistirá, nas suas próprias palavras, em tentar circunscrever as marcas detectáveis como efeito de uma análise, e o nosso, será o de acompanhá-lo nessa elaboração
Informações e inscrições:
XIV SEMINÁRIO DO CAMPO LACANIANO DE FORTALEZA
É com alegria e entusiasmo que divulgamos nosso cordel.
São muitas atividades, sintam-se convidados.
Para acessar o cordel completo visita nosso Instagram: @fclfortaleza ou solicita pelo e-mail: fcl.fortaleza@gmail.com que a gente te envia.
“Fazer Escola” no Campo Lacaniano
...para cada dia, e cada hora, só uma ação é possível da gente é que consegue ser a certa. Aquilo está no encoberto; mas, fora dessa consequência, tudo o que eu fizer, o que o senhor fizer, o que o beltrano fizer, o que todo-o-mundo fizer, ou deixar de fazer, fica sendo falso, e é errado. (Guimarães Rosa, GSV)
No Seminário XVII, Jacques Lacan nos propõe a fórmula de aproximação do conceito de campo lacaniano e se pergunta se terá tempo de assentar suas bases. Em D’ Écolage, ele se refere a campo como o lugar onde cada um terá via livre para demonstrar o que faz com o saber que a experiência deposita. Deste modo, partimos do pressuposto que o campo lacaniano não convoca um por um para formar as fileiras de um exército, nem convoca ao clamor de unificação pregada pelo discurso da igreja. O campo lacaniano se pretende no campo do gozo e isso tem sua articulação própria.
Se uma Escola é orientada para sustentar a contingência do ato analítico, oferecendo-lhe o apoio de uma comunidade entusiasmada pela transferência de trabalho, podemos nos questionar: Isso é “fazer Escola”?
É no Espaço Escola, o local onde nos dedicamos a cuidar e a animar o debate em torno das contribuições teóricas e clínicas dos princípios de nossa Escola. E neste ano nossa proposta s e promover uma interlocução sobre o que é “Fazer Escola” no Campo Lacaniano. Será que “Fazer Escola” começa quando uma escola de psicanálise é instituída? O que se depreende quando afirmamos nossa orientação pelo campo lacaniano? Como podemos diferenciar o que é ser membro de escola e membro de fórum? Que contribuições são esperadas de um analista membro de escola (AME)?
Todas essas questões serviram como mote para nossos debates ao longo do ano com a contribuição de convidados (nacionais e internacionais) e também de membros locais.
E como registro de nosso trabalho, tivemos:
Em Novembro:
Tema 1: A Escola e a formação do analista (pela plataforma ZOOM):
Em abril (pelo Instagram):
Em março (na sede do FCL - Fortaleza):
REGISTROS: