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domingo, 23 de junho de 2013
XIV Encontro Nacional da EPFCL - Belo Horizonte
terça-feira, 18 de junho de 2013
XIV Encontro da EPFCL - Belo Horizonte
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domingo, 16 de junho de 2013
Inscrições no XIV Encontro Nacional da EPFCL - Belo Horizonte
As inscrições estão abertas e podem ser feitas através de depósito bancário e envio de comprovante do mesmo e da ficha de inscrição para o e-mail: secretaria.epfclbrasil@yahoo.com.br ou via fax para (31) 3287-7779.Nome:______________________________________________________________________________________________Endereço:___________________________________________________________________________________________Cidade:_________________________________ Estado:______________________________Cep:___________________E-mail:_____________________________________________ Telefone:________________________________________
VALOR DAS INSCRIÇÕES Prazos Profissionais/ membros EPFCL- Brasil Estudantes de graduação/ funcionários rede pública e inscritos no sem. Fundamentos da Psicanálise no FCL- BH* Até 16/06/13 ( )220,00 ( ) 110,00 Até 30/08/13 ( ) 260,00 ( ) 130,00 A partir de 30/08/13 ( ) 300,00 ( ) 150,00 No local ( ) 350,00 ( ) 180,00*As inscrições serão válidas, mediante comprovante de estudante ou de funcionário público, enviado juntamente com a ficha de inscrição.Dados para depósito:
Associação Fóruns do Campo Lacaniano
Banco: Itaú Agência:0185
C/c: 99475-3 CNPJ: 03.526.375/001-88
Enviar comprovante de pagamento e ficha de inscrição preenchidaInformações e inscrições:Flávia CoutinhoTelefone: 31- 3222-3114 / 31-3287-7779Curta a página do Fórum do Campo Lacaniano- BH no Facebook, e acompanhe nossas atividades!Site EPFCL-Brasil
XIV Encontro Nacional da EPFCL - A Causa do Desejo e suas Errâncias
PRELÚDIO 1
A causa do desejo e suas errânciasEliane Z. SchermannO tema do nosso próximo Encontro Nacional versa sobre a causa do desejo e sua errâncias. Se a filosofia em Spinoza define o desejo como “a própria essência do homem”, a psicanálise aborda o desejo como algo velado que se desvela na experiência da intencionalidade inconsciente. Esse tema é vasto e, se assim podemos dizer, devido à sua causa, o desejo vagueia em busca de um objeto de satisfação que, no entanto e paradoxalmente, está na própria causa. Daí usarmos o termo “errância”.Para abordar inicialmente o tema, recorremos à clássica expressão freudiana “Wo Es War, Soll Ich Werden” traduzida por Lacan em “Onde o Isso era, deve o objeto advir”. Com esta expressão, Freud implica o “âmago do ser” no campo do Isso, por ele descrito como o “reservatório das pulsões”.Esse tema escolhido para o nosso próximo Encontro Nacional nos leva a considerar o objeto, não apenas implicado na demanda, sempre demanda de amor que se articula nos ditos, mas implicado no próprio desejo. O âmago do ser, lugar onde o objeto funciona como causa, se manifesta na metonímia do desejo relançando suas variações ficcionais a partir do encontro com uma fixidez, “fixão” sintomática balizada pela fantasia, dita por Lacan, de fundamental. Ao sujeito resta se deixar conduzir pelo que a ele se furta e do qual não pode escapar: o objeto da pulsão[1]. Este objeto é causa inefável e, ao mesmo tempo, fixidez, melhor dizendo, “fixão/ficção” instigante da metonímia do desejo.O que se precipita de um desejo é correlato ao que resta do encontro da deriva da pulsão com um “escolho”. Neste ponto a causa se impõe ao desejo como um imponderável, um indizível. Enfim, deste lugar o desejo pode se traduzir em um dizer sobre a verdade inconsciente.O pensamento inconsciente regido por uma lei de associação por simultaneidade[2], ou seja, pelo automatismo de repetição, segue as leis do deslocamento e de condensação da linguagem inconsciente. Na regularidade da lei prevalece a repetição de traços de memória do pensamento inconsciente submetidos ao princípio de continuidade/descontinuidade. Contudo, a noção de repetição não se esgota no automatismo da repetição; vai além dela e alcança uma suspensão da associação.Apenas a partir dos anos 20, Freud descobre que, para além da repetição dos representantes da representação (termo freudiano equivalente ao significante, segundo Lacan), algo se revelava abruptamente por ser incondicional e atuante às cegas. Constata então que o irrepresentável, condição de toda representação, é o que convoca o desejo a se manifestar e a se precipitar em um além do prazer. O que essa outra vertente da repetição reitera é o incondicional da pulsão - Zwang. Não se trata mais apenas de um deciframento da repetição das representações inconscientes, mas sim, da insistência das cifras da repetição das contingências irrompendo do movimento e circuito pulsional.A descoberta freudiana comprova o que Lacan afirma: “o inconsciente trabalha sem pensar, nem calcular, nem tampouco julgar, e que, ainda assim, o fruto está aí: um saber que se trata apenas de decifrar, já que ele consiste num ciframento”[3].Teremos que avançar muitos aspectos da teoria e da experiência do inconsciente para falarmos da causa do desejo e suas errâncias. O curso do desejo faz o sujeito retornar às origens, a um lugar ignorado. O enigma desperta o desejo em direção à procura de um certo “saber possível” sobre as causas. Insistente, a causa nada mais é do que aquilo que faz o sujeito gozar na medida em que o inconsciente a determina.Assim como Édipo é convocado pelo enigma sobre sua origem frente à Esfinge, “decifra-me ou te devoro”, o homem tem o dever ético de decidir entre o deciframento ou a morte. Desta “escolha forçada”, na qual o sujeito sempre perde algo qualquer que seja sua escolha, o sujeito pode se precipitar em algo novo. Se o deciframento sugere algo já perdido que insiste para ser “re-encontrado”, a cifra desta insistência visa produzir sentido e significância. Por outro lado, aquilo do qual o sujeito se furta (por ser perda) nada mais é do que a cifra de seu gozo repetitivo.Ao tentar se furtar aos desígnios dos oráculos, o personagem central da tragédia de Sófocles, Édipo Rei, nos dá um exemplo da defesa do desejo presente em todo neurótico: “nada quer saber d’isso”. A tragédia da existência desse trágico herói comprova ter sido ele convocado pelo próprio “destino” a responder “aos desígnios dos deuses[4]” com uma “escolha forçada”. Fugindo de seu destino, ele acaba por se constatar na “obediência” a uma Lei que o compelia e o convocava a agir para desvelar o sentido de sua existência. Ao mesmo tempo, a Lei nele determinava uma interdição: a de gozar da mãe, sempre proibida. A castração por ele encarnada na cegueira, como castigo pelo desejo incestuoso, representa o preço pago por todo falante por padecer da linguagem e por ser desejante.Regulado por uma Lei que mantém inter-dito o “gozo incestuoso”, o que prevalece no neurótico é um “nada saberás”, ou seja, o desejo inconsciente e recalcado. Contudo, deste lugar vazio de significação, uma insistência insidiosa porta ao corpo sexuado um traço distintivo e singular: o traço unário. Este traço é pura insistência que, por uma cifra de repetição, evoca o que no desejo e no sexo é repetida perda. Traduz a repetição de um “não há”, ou seja, “não há relação sexual”, não há encontro com “a cara-metade”. Há uma defasagem entre o que é visado pelo desejo e o que é encontrado. Neste “entre” a causa se produz e precipita o sujeito em ato a partir de sua divisão.09/05/2013[1] A natureza do desejo é a de reencontrar a ilusão de uma primeira experiência de satisfação em que o objeto é apenas uma miragem, ou seja, uma “alucinação”. O encontro com o objeto é então apenas o re-encontro com os traços do objeto que a memória tenta recuperar. As marcas da experiência de satisfação, regidas pelo princípio de prazer/desprazer e inscritas no aparelho psíquico pela excitação e pela tendência à redução de tensão do aparelho psíquico, confluem na própria definição freudiana dada ao “estado de desejo”. Freud define o “estado de desejo” pelos resíduos de percepção e de imagens mnêmicas do objeto. O objeto freudiano remete à noção de perda, à noção de desperdício. E, conseqüentemente, remete à sua recuperação (“alucinatória”) para ser possível conceber a produção de prazer ou de sofrimento.[2] Ibid, p. 423.[3] Lacan, J. – “Introdução à edição alemã de um primeiro volume dos Escritos”. Outros Escritos. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Ed. 2003, p. 553.[4] Lacan afirma primeiramente que “os deuses são inconscientes”, depois, que “os deuses são do real”. Considerando que o inconsciente, a partir do recalque e do “não é isso”, ou seja, da “negativa” freudiana , pode ser submetido ao deciframento, por outro lado, “é do próprio movimento do inconsciente que provém a redução do inconsciente à inconsciência, na qual o movimento da redução se furta por não poder medir-se pelo movimento como sua causa” (Lacan, Outros Escritos, “O engano do sujeito suposto saber”, 2003, p. 333). “Tudo o que é inconsciente joga apenas com efeitos de linguagem
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Seminário do Campo Lacaniano em Fortaleza - Junho
Sujeito Suposto Saber e a dialética do desejo
Convidada: Andréa Brunetto
Psicanalista, AME da EPFCL-Brasil, membro do Fórum do Campo Lacaniano de Mato Grosso do Sul.
LOCAL:
Shopping Del Passeo - Av. Santos Dumont, 3131 - Aldeota
Sexta, 07/06, 19:30h
Sexta, 07/06, 19:30h
Sábado, 08/06, a partir das 9h
INSCRIÇÕES:
INSCRIÇÕES:
Por seminário: R$ 160,00 profissional e R$ 100,00 estudante
Delma Gonçalves - coordenação nacional
Sandra Mara N. Dourado - coordenação local
e-mail: sandra.lacaniana@gmail.com
tels: (85) 9998-3393 e (85) 8889-8779
Bibliografia sugerida por nossa convidada Andréa Brunetto:
- Seminário de Lacan- livro 5 capítulos 24 e 26
- A Terceira
Observação:
Para este seminário não haverá o grupo de estudos na sexta-feira.
Seminário do Campo Lacaniano em Fortaleza - junho
Seminário do Campo Lacaniano
Sujeito Suposto Saber e a dialética do desejo
SUJEITO SUPOSTO SABER E A DIALÉTICA DO DESEJO
Convidada: Andréa Brunetto, psicanalista, AME da EPFCL-Brasil, membro do Fórum do Campo Lacaniano de Mato Grosso do Sul.
LOCAL:
Shopping Del Passeo - Av. Santos Dumont, 3131 - Aldeota
Sexta, 07/06, 19:30h
Sábado, 08/06, a partir das 9h
INSCRIÇÕES:
Por seminário: R$ 160,00 profissional e R$ 100,00 estudante
Delma Gonçalves - coordenação nacional
Sandra Mara N. Dourado - coordenação local
e-mail: sandra.lacaniana@gmail.com
tels: (85) 9998-3393 e (85) 8889-8779
Bibliografia sugerida por nossa convidada Andréa Brunetto:
- Seminário de Lacan- livro 5 capítulos 24 e 26
- A Terceira
Observação:
Para este seminário não haverá o grupo de estudos na sexta-feira.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Sobre Amores e Exílios
Na fronteira da psicanálise com a literatura
“A honra da literatura é evidenciar que o homem não é a “fina flor da criação” – essa é a ilusão de seu ser religioso – e sim Sicut palea, isso que Lacan almejava que um analista descobriria ser ao final de sua análise: nada, dejeto, estrume. E dessa condição de “exilado das coisas“, de falta do objeto, seu ser de desejo pode emergir. Isso é o que melhor a literatura nos mostra. Um mundo de desejos incandescentes, como de forma tão linda Vargas Llosa escreve. Então, por que alguém escreve? Cada romancista tem seus motivos. Salman Rushdie, o escritor indiano-mulçumano, autor de Os versos satânicos, alega que escreve para preencher o lugar esvaziado de Deus; Marguerite Duras para construir um exílio, uma pátria do verbo, “uma pátria sem terra, sem nação, a mais sólida do mundo, a mais indestrutível”. (Andréa Brunetto)
“A honra da literatura é evidenciar que o homem não é a “fina flor da criação” – essa é a ilusão de seu ser religioso – e sim Sicut palea, isso que Lacan almejava que um analista descobriria ser ao final de sua análise: nada, dejeto, estrume. E dessa condição de “exilado das coisas“, de falta do objeto, seu ser de desejo pode emergir. Isso é o que melhor a literatura nos mostra. Um mundo de desejos incandescentes, como de forma tão linda Vargas Llosa escreve. Então, por que alguém escreve? Cada romancista tem seus motivos. Salman Rushdie, o escritor indiano-mulçumano, autor de Os versos satânicos, alega que escreve para preencher o lugar esvaziado de Deus; Marguerite Duras para construir um exílio, uma pátria do verbo, “uma pátria sem terra, sem nação, a mais sólida do mundo, a mais indestrutível”. (Andréa Brunetto)
Apaixonada pela psicanálise,
apaixonada pela literatura, Andréa Brunetto transparece essa paixão em todas
as páginas deste livro que, como diz o título, está na fronteira entre uma e
outra. Fiel ao preceito de Lacan de que o psicanalista não deve tentar
encontrar, a partir de sua obra, as neuroses de um autor, ela se vale dos
textos de renomados escritores – como Freud fez com a Gradiva, de Jensen – para
ensinar aquilo que o romancista revela, demonstrando o que ela nos anuncia nas
primeiras páginas: de que a psicanálise pouca importância tem para a
literatura, mas esta tem muito valor para o analista.
Tomando-nos pela mão, Andréa nos faz
companheiros e confidentes da viagem através desse litoral como se estivesse
conversando conosco e tornando-nos cúmplices do seu arrebatamento para mostrar
como, tanto no amor como no exílio, somos todos estrangeiros, “desterrados do
país-infância”, exilados do inconsciente e habitantes dessa outra cena. Por
isso ela pode passear por autores e lugares tão diversos como Imre Kertész,
Elfried Jelinek ou Orhan Pamuk, entre outros, e Auschwitz, Viena ou Istambul,
evidenciando que não só a psicanálise, mas também a literatura não tem pátria
nem fronteiras.
Porém, não nos enganemos com essa
aparente simplicidade. Ela é fruto de uma extensa leitura e grande
familiaridade com todos os escritores citados, tanto de um território quanto
do outro, evidenciando que o gosto pela literatura que herdou do pai – como
nos informa logo nas linhas iniciais – foi inteiramente conquistado por ela
(segundo a recomendação freudiana), pois assumido como um desejo seu e
“anexado” àquele pela psicanálise.
Viajando por tantas terras, este livro
é uma carta-letra que sem dúvida chegará ao seu destino. (Andrea Rodrigues)
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